IV. APRESENTAÇÃO
No mundo inteiro, mais e mais pessoas começam a colecionar qualquer coisa, uns como hobby, outros como investimento e muitos visando as duas modalidades.
Tenho observado nas reportagens sobre a vida dos executivos, que uma grande parte deles coleciona alguma coisa, não só sob a visão de investimento mas também sob a forma de extensão de conhecimentos, lazer e relaxamento.
A aventura de colecionar, de desenvolver uma coleção, afirma o Professor Antonio Miranda, "O que é Cartofilia", 1985, é sempre divertida, educativa e até mesmo reveladora de um universo peculiar e de extrema satisfação e realização. Mesmo dedicada à preservação de objetos produzidos por terceiros, o indivíduo consegue imprimir a sua personalidade e gosto pessoal através da escolha e da organização do material.
Quem não conhece a máxima de que tempo é dinheiro. Pois uma coleção não só espelha o fluir do tempo como também procura reconquistá-lo. Só que em termos de coleção, tempo é muito mais do que dinheiro porque além do financeiro existe aqui um enorme lucro espiritual/cultural através de uma grande paz de espirito e aumento de conhecimentos.
Segundo Borba de Moraes, "O Bibliófilo Aprendiz", 1975, não se deve colecionar com o intuito de ganhar dinheiro. Comprar peças com a intenção de vendê-las mais tarde com lucro não é próprio de colecionador, mas de marchand. O prazer de formar uma bela coleção é uma recompensa suficiente. É verdade que, se ele tiver critério e gosto, acabará formando um conjunto que valerá muito mais do que gastou. Será a recompensa material pela sua arte e ciência.
Mas em matéria de cultura e coleções ainda estamos no terceiro mundo. Renata Lima, (Collector's Magazine n0 2/1997) colecionadora e marchand de arte lembra que enquanto nos Estados Unidos o colecionismo é tema discutido em várias escolas e universidades, no Brasil, e isto só últimamente, incluiram a filatelia como matéria.
O colecionismo no Brasil se desenvolveu, principalmente, nos campos da filatelia (medalhas de ouro em várias exposições mundiais), numismática, cartofilia (coleções de nível internacional ) e pequenos objetos de arte em geral. E ainda hoje você pode optar em transformar a sua coleção num fascinante passatempo cultural, num investimento de peso, ou em ambas as modalidades.
A nível mundial, as empresas estimulam, nos seus funcionários, a idéia de desenvolverem atividades que, a princípio, nada tem a ver com o trabalho que realizam. Acham que quanto mais preparado é o executivo, maior é o seu valor de mercado.
"Se você se tornar um colecionador com tendência
para especulador, que ama o jogo, o ganho, o
lucro e as vantagens, na maioria das vezes você
perderá o seu lance e arte se vingará de você.
Esta é a justiça das coleções."
Charles Oulmont -1926
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