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Alagoas, construção de palha de coqueiro, arquitetura popular, (foto Gautherot)

DA ARQUITETURA, PRIMEIROS TEMPOS

Tudo parece muito simples, a principio: o Brasil vivia em suas casas de duzentos, trezentos ou quatrocentos palmos de comprido –m como diz o cronista – por uns cinqüenta de largura, fundadas em esteios de madeira, cobertas de pindoba, com paredes de taipa de mão, com uns dois ou três buracos sem portas nem fechos...Aquilo dava para uns dois ou três anos, até a palha apodrecer. Era muito tempo para um índio. E a sua casa verdadeira não era ali, - mas fora, pelas matas, pelas montanhas e pelos rios. Que arquitetura supera, na verdade, a natureza ?
Mas o jesuíta deu-lhe hábitos domésticos. Ele viu a Europa carregar pau, pedra e barro para fabricar casas e igrejas. Habitações de pedra e cal bem lavradas se levantaram pelos campos, ao lado de outras, mais ao gosto da terra, amarradas com cipó e timbó, cobertas de pindoba e sapê. Ele, o da oca sem porta nem fecho, viu portas e janelas, e não só as viu, como aprendeu a fazê-las, e a pintá-las com a tabatinga dos seus vasos, do modo que ficavam alvíssimas e lindas.
Essa é das primeiras noções de arte, em arquitetura, perdidas na vastidão da terra brasílica.

Fonte: Ribeiro/Andrade “As Artes Plásticas no Brasil”, Instituição Larragoiti e Sul América, Rio de Janeiro, 1952, p.115


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