IRACEMA
Coleção: Paulo Bodmer
Texto extraído do verso das estampas

Um dia, Martin partiu. Caubi e Iracema o acompanharam. Iracema, porém, seguia-o para sempre pois, pelo código de honra entre os índios, ela já era sua esposa. Bem longe, encontraram Poti, amigo de Martin e chefe da tribo dos Potiguaras, inimigos dos Tabajaras.

Poti e Martin eram como irmãos. Poti convidou Martin para aceitar como sua a tribo Potiguara. O guerreiro aceitou. Iracema preparou as tintas com Poti e pintaram o guerreiro branco com as cores da nação Potiguara. Martin tomou, então, o nome de Coatiábo.

Iracema passava os dias sozinha porque Coatiábo e Poti saíam para guerrear outras tribos passando muitos dias fora. Iracema sofria em silêncio porque pensava que o guerreiro não a amava mais. (brasilcult)

Um dia, Martin e Poti estavam um pouco distantes da cabana, quando Iracema sentiu que seu filho ia nascer. Logo que a criança nasceu Iracema banhou-se com ela no rio e levou-a para que Martin e Poti pudessem ver a criança. Iracema deu-lhe o nome de Moacir, que quer dizer: "filho do sofrimento".

Caubi apareceu uma tarde na cabana de Iracema. Disse que vinha para vê-la e perdoá-la por ter fugido com Martin. Iracema mostrou então seu filho ao guerreiro Caubi. Ambos ficaram algum tempo sentados perto da rede onde estava a criança. Depois Caubi foi embora deixando Iracema muito triste com o abandono em que a deixava seu esposo.

Iracema enfraqueceu tanto que quase não tinha leite para amamentar seu filho. Quando Martin voltou ela mal teve tempo de entregar-lhe a criança e cair desfalecida. Martin levou-a para a rede onde afinal Iracema morreu, abraçada com o esposo que fora o seu grande amor. E assim terminou a história de Iracema, símbolo do amor fiel.

<< Página anterior                                               

[Lendas] [Y-Juca-Pirama] [O Guarany] [Ubirajara] [Caramuru]

[Índios]