QUADRINHAS


      Estas quadrinhas poderiam ter sido recolhidas por todo o País, do Amazonas até o Rio Grande do Sul, mas foram selecionadas do livro "Traçado Geral das Batidas", de Roberto Costa. São de autores e épocas desconhecidas, mas quem já não ouviu pelo menos algumas delas?

        Saiba você, se não sabe,
        Creia você, se quiser,
        Não é com cachaça pouca,
        Que se embebeda mulher.

       

      

        Sô nego véio cachaceiro,
        Já vivi num quilombo,
        Dessa branquinha sô escudeiro,
        Bebo, bebo, mas não tombo.

        Cachaça fia da cana,
        Neta do véio Paixão,
        Eu meto ela no bucho,
        Ela me mete no chão.

        Cachaça fia da cana,
        Neta do sabiá,
        Eu caio com ela aqui,
        Ela cai comigo acolá.

 

    Cachaça é fia
    Da cana caiana,
    Eu bato com ela na barriga
    Ela bate comigo na cama.

 

    Cachaça fia da cana,
    Neta da canavieira,
    Quem se encarca muito nela
    Fica véia cachaceira.

      Água de cana é cachaça,
      Concha pequena é cuié,
      Língua de véia é desgraça,
      Bicho danado é muié.

 

      Se o beber alegra a gente,
      O repetir nos dá prazer,
      Quem não bebe e não repete,
      Que alegria pode ter?

      Cachaça, moça branca
      Dia de home trigueiro,
      Quem bebe muita cachaça,
      Num pode ajuntá dinheiro.

 

       Já comi e já bebi,
       Já molhei minha garganta,
       Eu sou como o passarinho,
       Quando bebe, logo canta.

 

       Cachaça é moça loura,
       Fia da cana e do lundu,
       Quem muito se mete nela,
       Tira a roupa, fica nu.

           É preciso que a pinga,
           Seja boa de morrer,
           Que é pra gente beber
           E continuar a viver.

           Oh, lua cheia,
           Cheia de graça,
           O meu bucho
           Está repleto de cachaça.


[Folclore] [Composições] [Adágios] [ABC]
[Cultura] [Seminários] [Mapa do Site] [Rio Antigo]