| CHUVA DE BOTTONS Samuel Gorberg |
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| Durante
a campanha presidencial dos Estados Unidos em 1876 ocorreram tentativas
de usar o celuloide, recém descoberto, para a produção
de pequenas medalhas, mas nesta ocasião o celuloide era muito frágil
e a idéia foi então abandonada.
O uso intensivo desta midia em propaganda nas campanhas presidenciais nos EUA encontrou eco no Brasil. Os mais antigos buttons de propaganda política brasileira conhecidos são os da campanha presidencial de 1910, que teve como oponentes o marechal Hermes da Fonseca e Rui Barbosa, tendo o marechal sido eleito o 9º presidente do Brasil. A Casa Standard, que na época desenvolvia grande atividade publicitária, divulgando em várias midias os seus “clubs” (que eram semelhantes aos consórcios atuais), produziu buttons dos dois candidatos, atendendo à conveniência partidária de seus freguezes.
Por
ser de baixo custo, o button presta-se como souvenir de eventos e exposições,
tendo sido muito utilizado, nos EUA, no início do século
XX, com esta finalidade. |
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O depoimento de Hiran Castello Branco relembra o button “Sou Fiscal do Sarney”. “Este talvez seja um dos buttons mais famosos no cenário da comunicação política no Brasil. A idéia foi do publicitário Marcelo Magalhães, à época dono da MM Propaganda e hoje sócio do núcleo institucional da Giacometti. Marcelo teve senso de oportunidade e captou o sentimento popular gerado com o plano cruzado, do ministro Funaro. O momento de euforia patriótica catapultado pelo desejo de se ver livre da inflação fez com que o Brasileiros portassem o button, transformando-se em promotores de venda do plano cruzado, doublês de fiscais e anúncios ambulantes.” |
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A
importância da integração do usuário ao que
está exposto no button é explicitada em vários depoimentos: |
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A
finalidade de envolver a equipe, integrando-a totalmente aos objetivos,
faz com que a Casa & Video produza buttons para cada evento especial
de venda. |
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O
uso de mochilas pelos jovens, decorando-as com buttons, abre novas perspectivas
para a propaganda de produtos nesta midia. Mas, como alerta Reynaldo Gondim,
redator da NBS, “Não é uma midia adequada a qualquer
produto ou serviço. Acho dificil, por exemplo, alguém prender
na mochila um button com a marca de remédio para hemorróidas.
Para o cliente que deseja usar esta midia, aqui vai uma sugestão:
coloque a sua marca como coadjuvante. Ou seja, poucas pessoas gostariam
de ter um button escrito: “Pneu é Pirelli”. Mas muitas
pessoas gostariam de um button com a foto de um jipe imponente, mesmo
que junto estivesse o logotipo de um fabricante de pneus”. |
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| O
desenvolvimento teconológico na década de 1920 introduziu
a impressão diretamente no metal, permitindo a produção
de buttons com esmerado acabamento. Como expressa Luiz Fernando Dabul Garcia, Diretor Nacional do Curso de Comunicação Social da ESPM: “Buttons são assim. E quem tiver o bom senso de fazê-los e o bom gosto de concebê-los, terá sempre uma chance enorme de ver sua marca ou sua idéia exposta, orgulhosa, pelos seus declarados fâs ou pelo menos pelas pessoas que fazem dos buttons seu adorno e sua expressão de personalidade”.
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Fonte: |
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